segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vergonha !

Ausentei-me quatro dias desta espécie de país. Quatro dias... Pensava ser pouco para relaxar do stress dos últimos trabalhos/testes do secundário, no entanto, sabia que ainda seria muito menos para lavar a alma e preparar-me para a recta final: os exames.
Gostei da viagem, sim, apesar de ter havido uma série de incidentes lastimáveis. Recuperei, apesar das poucas horas de sono consumidas. E, chegando a Portugal, julgando ser o momento ideal para matar saudades da minha pátria, deparo-me com isto:

"Teresa e Helena já são casadas"

Quatro anos após a primeira tentativa frustrada, Helena Paixão e Teresa Pires transformaram-se hoje no primeiro casal homossexual a contrair casamento civil. Vestidas de maneira informal, as duas mulheres casaram na 7.ª conservatória de Lisboa, sob o olhar atento de alguns amigos e familiares e rodeadas de jornalistas que se apresentaram no local para transmitir o acontecimento em directo.

"Regimes diferentes para o 8.º ano em vigor este ano"

Quem reprovar no 8.º ano e fizer 15 anos até Agosto, pode tentar despachar o 3.º ciclo ainda este Verão, autopropondo-se aos exames nacionais de Língua Portuguesa e Matemática do 9.º ano e às provas de frequência das outras disciplinas realizadas a nível de escola; quem já começou o 8.º ano com 15 ou mais anos também se pode candidatar a concluir o 3.º ciclo do mesmo modo, mas para o fazer já teve que anular a matrícula no princípio do 3.º período, ou seja, já não está na escola; já os alunos que transitarem de ano terão que prosseguir a escolaridade normal, fazendo o 9.º ano nas aulas e não por antecipação.

Sem dúvida alguma que preferia ter ficado em Espanha, apesar de não apreciar muito os nuestros hermanos. Mas para chegar a casa e ver estas notícias, confesso-vos que mais valia ter por lá ficado.

Cada vez mais se fomenta o facilitismo, cada vez mais se desvaloriza o mérito! As pessoas não são todas iguais e, apesar de serem a base estrutural e fundamental de uma sociedade, são únicas. Devemos a nós próprios a capacidade de entender o que é diferente, respeitando o que é moralmente normal.

E, mais uma vez, tendo chegado optimista, mudei o meu estado de espírito. Este país desilude-me, magoa-me como Portuguesa orgulhosa que sou. Recuso-me a ficar aqui a ver a minha pátria morrer aos poucos e, sobretudo, recuso que os meus filhos cresçam e sejam educados numa terra de gente ignorante, facilitista, "evoluída e actual à contemporaneidade".

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