sábado, 17 de outubro de 2009

"A República faz 100 anos"

Ainda não é este aninho mas 2010 é o ano em que vemos a nossa reúplica cumprir o seu primeiro centenário. Se muitos dos nossos bisavós fossem vivos, talvez gostassem de nos contar histórias de reis ou de aventuras dos maçons na altura do importante ano de 1910. No entanto, gosto de sentir o gostinho de saber que a monárquia já só existe em Portugal no Memorial, que só naquelas páginas é que se vê português a pagar não sei quantos réis a sua majestade.


Sem dúvida por motivos históricos, falo hoje da répública. Sentada no sofá, esquecendo o barulho das novelas portuguesas, imagino quando estava de pé, quando falava para aquele auditório. Se fechar os olhos com muita força, recuo ainda mais no tempo e consigo tocar no bloco laranja que tinha o Jubas, um leãozinho muito fofinho. Consigo ainda rir, ironicamente, e riscar as folhas escrevendo inúmeros ?????? no meio de "leite e chocolate" ??????? . O tema era "Impacto da televisão junto dos jovens".


Decido respirar fundo... "Participação Cívica dos Jovens". Já não tinha o Jubas, nem a caneta colorida (era tão gira!). Tinha montes de papéis, uma caneta azul, grossa, e um desejo. Que aquele ano não fosse como o outro... (...) Tinha a minha camisa branca, tinha a segurança da melhor equipa do mundo, tinha a responsabilidade de manter a tradição da escola. Era a "chefa, a típica deputada atrasada". (...) Mas foi (até pior!) do que o outro ano.


Para o meu último ano de boa vida, escolheu-se festejar o centenário da República Portuguesa. "A República faz 100 anos". Desejo ardentemente que seja Janeiro/Fevereiro, que voltemos ao trabalho, que tornemos esta minha terceira (e última vez) a melhor das nossas vidas. Apetece-me "deputar", falar daquela maneira que sai bem dentro da minha essência, tentar mudar um pouco o mundo. Ser o ethos que leva o logos ao pathos. Ser eloquente, ser convincente, ser eu.


Transcende-me a angústia passada. Quero a "madrugada que tanto esperava", quero voltar a encher-me de convicções, quero ouvir e ser ouvida.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."


"Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade"


Perco-me então nos meus desejos, nas minhas vontades, na minha realidade.
2007, 2009, 2010. 100 anos...

Eu, que sou dada de frases populares, pergunto: será que "à terceira é de vez?" ou "não há duas sem três?"?!

"Aquela madrugada em que parti (...) e ouviu dizer-me, adeus essa palavra, que fez tão triste a clara madrugada, que fez tão triste a clara madrugada..."

3 comentários:

  1. Parlamento dos Jovens no seu melhor... As aventuras e desanventuras que já passamos À custa disto =P

    Se vires bem no final de contas até valeu bem a pena.

    Deu para aprender como são os verdadeiros deputados em Portugal (é neste ponto que tens de imaginar a imagem do "Eu vou ficar em casa, obrigado" =P)

    ResponderEliminar
  2. Para mim "à terceira é de vez!" Se não for olha... Somos demasiados BONS para políticos xD

    ResponderEliminar
  3. Deputar é um neologismo polémico. Cuidado, porque há quem só leia o que as letras resistam!! Este ano, vai ser de arrasar. Começamos já para a semana a trabalhar!!
    Beijinhos

    ResponderEliminar